PIB e emprego sobem, mas situação das contas públicas preocupa o governo; entenda o cenário
Além disso, a renda do brasileiro atingiu seu maior patamar da história em 2024: R$ 3.057 mensais. Mas gastos do governo pressionam juros e inflação, e pode...

Além disso, a renda do brasileiro atingiu seu maior patamar da história em 2024: R$ 3.057 mensais. Mas gastos do governo pressionam juros e inflação, e podem comprometer o crescimento. PIB do Brasil cresce 1,4% no 1º trimestre O Brasil teve uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre maior que a dos Estados Unidos, da União Europeia e dos países que compõem o G7 (os mais ricos do mundo). A renda e o emprego também estão em alta. Mas as contas públicas preocupam o governo e freiam a euforia. Nos primeiro três meses do ano, a economia do país cresceu 1,4% em comparação com o último trimestre de 2024, que já tinha sido de pequena alta, informou nesta sexta-feira (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IBGE também informou que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,6% no trimestre terminado em abril, um recorde positivo. Além disso, a renda do brasileiro atingiu seu maior patamar da história em 2024: R$ 3.057 mensais. De onde vem a preocupação? Especialistas vêm apontando que o aquecimento da economia está intimamente ligado com o volume de gastos do governo para estimular a atividade. O problema, dizem, é que a capacidade da gestão Luiz Inácio Lula da Silva arcar com as despesas é limitada. O país não arrecada tanto quanto precisa para manter o ritmo de gastos e não descumprir a regra do arcabouço fiscal. Se os gastos fogem do controle, os diversos agentes do mercado começam a duvidar da capacidade do Brasil de honrar suas dívidas. Os juros sobem, porque o risco de se investir no país aumenta. Outro efeito colateral dos gastos excessivos é que a inflação aumenta, em razão do aquecimento desproporcional da demanda por produtos e serviços. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala em coletiva de imprensa sobre o bloqueio do Orçamento e elevação do IOF Diogo Zacarias/MF Juro alto: retrai a economia, inibe investimentos e tomada de crédito. Atualmente, a taxa básica no Brasil está em 14,75%, a maior em 20 anos e uma das maiores do mundo. Inflação alta: torna os produtos mais caros e dificulta a vida da população, principalmente dos mais pobres. O Brasil terminou 2024 com inflação décimos acima do teto da meta. Em maio deste ano, o país registou a menor inflação para o mês desde 2020. Alta de impostos e resistência do Congresso Haddad diz que explicou alta do IOF para Motta e Alcolumbre Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou corte no Orçamento de R$ 31 bilhões. Destes, R$ 7 bilhões serão em emendas parlamentares e R$ 24 bilhões divididos igualmente entre os gastos dos ministérios. O objetivo é manter a relação entre gastos e despesas do país dentro do que prevê o arcabouço: um déficit zero para este ano. Mas, além disso, Haddad também anunciou uma alta nas alíquotas do Imposto sobre Operação Financeira (IOF). Nas contas do governo, a medida vai arrecadar R$ 20 bilhões em 2025. Mas o Congresso não gostou da alta do imposto e pode derrubar o decreto de Lula. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), conversaram com Haddad na noite de quarta-feira (28) e pediram medidas alternativas ao IOF. Os presidentes da Câmara e do Congresso querem medidas estruturais para melhorar a arrecadação, como corte de gastos considerados desnecessários. Haddad disse que concorda com a ideia, mas alertou que, sem a alta do IOF, o governo terá dificuldades de realizar políticas públicas até o fim de 2025.