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Motta sai em defesa da reforma administrativa, mas sem mexer em direitos de atuais servidores

Parlamentar anunciou a criação de um grupo de trabalho com prazo de 45 dias para apresentar propostas que aumentem a eficiência do Estado e reduzam os gastos...

Motta sai em defesa da reforma administrativa, mas sem mexer em direitos de atuais servidores
Motta sai em defesa da reforma administrativa, mas sem mexer em direitos de atuais servidores (Foto: Reprodução)

Parlamentar anunciou a criação de um grupo de trabalho com prazo de 45 dias para apresentar propostas que aumentem a eficiência do Estado e reduzam os gastos públicos. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu sair em defesa da aprovação de uma reforma administrativa, mas ressaltou que os direitos adquiridos dos servidores públicos não serão alterados. “Esse projeto não atende a um polo ou outro representado na Casa, mas a uma sociedade que clama por serviços públicos de melhor qualidade”, disse Motta. O parlamentar anunciou a criação de um grupo de trabalho com prazo de 45 dias para apresentar propostas que aumentem a eficiência do Estado e reduzam os gastos públicos, sem prejuízo a quem já está no serviço público. O que é a reforma administrativa? A reforma administrativa é um conjunto de mudanças nas regras do funcionalismo público. O objetivo é modernizar a estrutura do Estado, reduzir privilégios, evitar abusos salariais e ampliar a eficiência da máquina pública — especialmente em áreas como saúde, educação e segurança. No modelo em discussão, novos servidores poderão ter regras diferentes de progressão de carreira, estabilidade e remuneração variável. Mas os atuais servidores não perderiam direitos. Grupo na Câmara discute reforma administrativa Por que Motta quer essa reforma? Motta tem repetido que o país precisa de uma reforma estrutural para melhorar a qualidade dos serviços públicos e enfrentar o desequilíbrio das contas públicas, evitando medidas pontuais como aumento de impostos. “Precisamos discutir a vinculação das receitas, rever isenções fiscais e fazer uma reforma administrativa que traga mais eficiência à máquina pública. Só isso irá melhorar o ambiente econômico e atrair investimentos”, disse. “O Brasil não aguenta mais a quantidade de isenções que hoje existem. Se somarmos todas, chegamos perto de R$ 1 trilhão por ano”, completou. Hugo Motta trava andamento de projeto que anistia envolvidos nos atos de 8/1 Relator quer atacar 'privilégios', não direitos O relator do grupo de trabalho da reforma, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), afirmou que a proposta não vai mexer em direitos adquiridos, mas vai enfrentar excessos e penduricalhos que geram distorções. “Vamos atacar os privilégios, como os supersalários. O servidor que tiver bom desempenho pode receber bônus. Quem tiver mau desempenho, não recebe. Isso já é um incentivo”, afirmou. Entre os pontos discutidos estão a proibição de: aumentos com efeito retroativo; adicionais por tempo de serviço; licenças automáticas por tempo de casa. Críticas ao aumento do IOF O debate sobre a reforma administrativa ganha força no momento em que o governo enfrenta forte resistência do Congresso ao aumento do IOF, anunciado por decreto para elevar a arrecadação. Motta e Alcolumbre se reuniram com o ministro Fernando Haddad e pediram medidas estruturais em vez de gambiarras fiscais, como definiram. “O Congresso está cansado de aumento de impostos. A sociedade também. O caminho não é subir imposto, é organizar melhor os gastos”, disse Motta. Já há mais de 20 projetos de decreto legislativo (PDLs) no Congresso para derrubar o aumento do IOF, o que representaria uma derrota inédita para o governo desde a redemocratização.