Com quase 3 mil equipamentos, PM inicia implantação de novas câmeras a partir de junho
O cronograma detalhado ainda não está fechado, mas o restante será distribuído nos próximos meses, até o fim do ano, completando o lote de 12 mil novas CO...

O cronograma detalhado ainda não está fechado, mas o restante será distribuído nos próximos meses, até o fim do ano, completando o lote de 12 mil novas COPs “com foco em regiões de maior risco, conforme matriz técnica elaborada pela corporação”. Veja o que muda no uso de câmeras corporais por policiais militares após acordo no STF Após acordo no Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Militar deve começar a implantar as novas câmeras nas fardas dos agentes em São Paulo a partir de junho, com a distribuição de 2.955 câmeras em 19 batalhões. O cronograma detalhado ainda não está fechado, mas o restante será distribuído nos próximos meses, até o fim do ano, completando o lote de 12 mil novas COPs “com foco em regiões de maior risco, conforme matriz técnica elaborada pela corporação”. As outras 3 mil câmeras que constam em um aditivo de contrato também serão incluídas nesse cronograma. Oficialmente, a PM afirma que toda a substituição das COPs de gravação ininterrupta (Axon) para a de gravação intencional (Motorola) será concluída até o fim de dezembro. A Motorola também confirma que vai fazer a entrega das 15 mil COPs ainda este ano. O que diz a SSP "O cronograma de implantação das novas câmeras operacionais portáteis (COPs) da Polícia Militar, após acordo firmado no Supremo Tribunal Federal, está em elaboração, com previsão final de entrega dos equipamentos até o fim de 2025. A implementação ocorrerá de forma escalonada, com foco em regiões de maior risco, conforme matriz técnica elaborada pela corporação. A primeira fase tem previsão de início em junho, com a distribuição de 2.955 câmeras a unidades operacionais. As próximas etapas estão previstas para os meses seguintes, totalizando 12 mil câmeras. Um aditivo contratual prevê o fornecimento adicional de mais 3 mil equipamentos, até 30 de dezembro." A Motorola Solutions afirmou que vai entregar as câmeras previstas no contrato. "A empresa vai cumprir integralmente o cronograma estabelecido no contrato com a PMESP, incluindo o recente aditivo de três mil câmeras. A empresa afirma que a entrega das quinze mil câmeras do modelo V500 será concluída conforme previsto em contrato até o dia 31 de dezembro de 2025." Veja como era o uso das câmeras corporais e como ficou: Um novo acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 8 de maio estabelece mudanças na política de uso de câmeras corporais por policiais militares em São Paulo. A decisão é resultado de um processo de mediação conduzido pelo STF entre a Defensoria Pública, Ministério Público e entidades da sociedade civil e o governo do estado. Em maio de 2024, o governo de São Paulo já tinha contratado novas câmeras que não gravavam ininterruptamente. Naquela ocasião, especialistas em segurança pública afirmaram que a mudança poderia dificultar investigações de atos de violência policial porque deixaria a decisão sobre ligar ou não o equipamento a cargo dos agentes. Nº de mortos pela PM cai 25% no 1º trimestre em SP após Tarcísio dizer que se arrepende da postura que teve com as câmeras No mesmo mês, o Ministério da Justiça e da Segurança Pública publicou uma portaria que padronizou o uso de câmeras corporais por agentes de segurança pública. A portaria estimula a gravação ininterrupta das imagens, mas não garante que todas as ocorrências envolvendo a Polícia Militar sejam gravadas. As novas câmeras já estavam em fase de testes quando, em dezembro de 2024, a Defensoria - em parceria com as ONGs Justa e Conectas - conseguiu uma decisão favorável do ministro Luís Roberto Barroso condicionando a mudança no sistema de gravação à comprovação técnica da eficiência no novo modelo. Os novos equipamentos foram testados em São José dos Campos e o governo do estado apresentou os resultados. Após uma série de audiências, o acordo foi firmado em maio deste ano. Veja como era antes e como fica: ▶️ ANTES Gravação ininterrupta As câmeras registravam tudo durante o turno, com gravação contínua, sem possibilidade de desligamento manual. 10 mil câmeras em uso O programa contava com cerca de 10.025 dispositivos, sem priorização de áreas mais violentas. Distribuição sem critério de risco Parte das câmeras era destinada a batalhões de trânsito, enquanto regiões com altos índices de letalidade policial continuavam desassistidas. Sem obrigatoriedade em operações críticas O uso não era exigido em grandes operações ou ações em comunidades vulneráveis e após ataques a policiais. Acionamento manual O funcionamento dependia apenas do policial Transparência limitada Não havia dados públicos consolidados sobre a alocação das câmeras, e o acesso às imagens dependia de autorização judicial. ✅ AGORA (com o novo acordo homologado pelo STF) Gravação deixa de ser ininterrupta O novo modelo não grava continuamente. Em vez disso, conta com acionamento remoto e automático pelo COPOM, com gravação retroativa garantida pelo sistema. Mais câmeras: de 10 mil para 15 mil O total de dispositivos aumentará para 15 mil, com 80% alocados em batalhões de alta e média letalidade, como os BAEPS e unidades da Baixada Santista. Uso obrigatório em operações de risco A gravação será obrigatória em: Operações de grande envergadura; Incursões em comunidades vulneráveis; Ações em resposta a ataques contra policiais. Tecnologia de ponta: acionamento automático e por Bluetooth As câmeras podem ser ativadas remotamente pelo COPOM; Também se acionam por proximidade via Bluetooth (raio de 10 metros); Se desligadas manualmente, voltam a gravar automaticamente em até 1 minuto, preservando o conteúdo anterior. Acesso direto e transparente às imagens A Defensoria Pública e o Ministério Público terão acesso extrajudicial às gravações. O portal da SSP divulgará quais batalhões estão equipados, número de dispositivos e normas aplicáveis. Disciplina e fiscalização mais rígidas Policiais que não acionarem corretamente as câmeras poderão ser punidos. Relatórios sobre infrações serão publicados semestralmente. Novo modelo de câmera da PM de SP Reprodução Só 9% das mortes cometidas por policiais em SP têm perícia no local do crime, aponta pesquisa 🗣️ O que diz o governador Tarcísio de Freitas O governador defendeu o novo modelo tecnológico, destacando a sofisticação das câmeras e a economia com armazenamento de dados não utilizados: “A maioria das câmeras hoje grava em baixa qualidade, permite desligamento manual e acaba gerando dados que não têm utilidade. 97% do que é gravado é rotina, o que significa um gasto enorme com armazenamento, que poderia ser usado para comprar mais câmeras”, afirmou. Tarcísio também enfatizou que o novo sistema é mais moderno e alinhado a experiências internacionais: “Mostramos ao Supremo as funcionalidades de última geração, como acionamento remoto via COPOM e Bluetooth. Essa é a mesma tecnologia usada pelo Ministério do Interior da França. Não estamos retrocedendo, mas sim adotando o que há de mais eficiente.” Segundo o governador, o foco agora será em supervisão, inteligência e uso estratégico das gravações, o que, para ele, torna a política pública mais efetiva e sustentável. Número de mortos pela PM cai 25% no 1º trimestre em SP