Após depoimento à PF, Lindbergh diz que Eduardo Bolsonaro faz 'depredação simbólica' do STF
PF abriu investigação para apurar se o filho de Jair Bolsonaro está atuando nos EUA para intimidar autoridades brasileiras. Lindbergh também pediu bloqueio ...

PF abriu investigação para apurar se o filho de Jair Bolsonaro está atuando nos EUA para intimidar autoridades brasileiras. Lindbergh também pediu bloqueio dos bens de Bolsonaro e a quebra de sigilo fiscal do ex-presidente. O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), afirmou nesta segunda-feira (2) que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está fazendo uma "depredação simbólica" do Supremo Tribunal Federal (STF) nos Estados Unidos. Lindbergh conversou com a imprensa após prestar depoimento à Polícia Federal nesta tarde. A oitiva foi no âmbito do inquérito que investiga o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por supostamente atuar, fora do país, contra autoridades brasileiras. Segundo o líder do PT, a conduta de Eduardo nos EUA se trata de um atentado continuado ao Estado Democrático de Direito. Deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) vai assumir a liderança do PT em fevereiro. Bruno Spada/Câmara dos Deputados "Na nossa avaliação, a conduta de Eduardo Bolsonaro ainda é a mesma [da trama golpista]. Qual é a diferença do que Eduardo Bolsonaro faz, de um daqueles golpistas que depredou o Supremo? É uma depredação simbólica do Supremo. Uma articulação internacional para sancionar ministros do Supremo, Procurador-Geral, delegados da Polícia Federal. É isso que está sendo feito aqui", disse. O deputado federal é autor da queixa-crime enviada à Procuradoria-Geral da República (PGR) que deu origem ao inquérito, aberto pela PF. Segundo Lindbergh, o objetivo do depoimento foi tentar mostrar uma relação de causa e efeito entre a trama golpista, em investigação no STF, e a conduta de Eduardo, que pediu licença do mandato parlamentar para morar nos Estados Unidos, em fevereiro (relembre mais abaixo). Lindbergh diz que objetivo de Eduardo Bolsonaro é intimidar ministros do STF "A gente sabe que o que Eduardo Bolsonaro está fazendo lá é atrapalhar a investigação. É um crime continuado, eles continuam atacando as instituições", prosseguiu."É uma forma de manutenção dessa organização criminosa fora do país". Segundo Lindbergh, "estamos caminhando para uma crise diplomática seríssima". Portanto, a equipe jurídica entrou com uma ação pedindo o bloqueio imediato dos bens de Jair Bolsonaro, como medida cautelar. "A peça que entregamos, o item D também prevê a quebra do sigilo bancário e fiscal de Jair Bolsonaro e demais investigados para rastrear valores enviados ao exterior, com indício de desvio de finalidade na arrecadação por PIX", detalha. Leia também: Trama golpista: Moraes marca interrogatório de Bolsonaro e outros 7 réus Pedido da PGR Segundo a PGR, desde o ano passado o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vem "reiteradamente e publicamente afirmando que está se dedicando a conseguir do governo dos Estados Unidos a imposição de sanções contra integrantes do Supremo Tribunal Federal". Com isso, a procuradoria pediu ao STF que determinasse a abertura de um inquérito na PF. ➡️Na denúncia enviada ao Supremo, a procuradoria citou postagens em redes sociais e entrevistas a veículos de imprensa dadas por Eduardo Bolsonaro. De acordo com a procuradoria, o deputado licenciado pode estar tentando intimidar a Justiça brasileira no caso contra o pai dele, conduta que pode confirmar crimes como: coação no curso do processo; possível obstrução à investigação de infração penal que envolva organização criminosa. O ministro Alexandre de Moraes,abriu um inquérito para investigar Eduardo Bolsonaro por atuação nos EUA contra autoridades brasileiras 'Perseguição' e temor de prisão Em março deste ano, Eduardo Bolsonaro anunciou licença do mandato parlamentar para morar nos Estados Unidos, onde está desde o fim de fevereiro. Segundo ele, a decisão foi tomada porque ele era "perseguido" no país. Ao anunciar a decisão, ele fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, responsável pelo inquérito que tornou réu o seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, por tentativa de golpe de Estado em 2022. O parlamentar disse que teme ser preso por ordem do STF e não informou por quanto tempo pretende morar nos EUA.